sexta-feira, 21 de julho de 2017

SERES HUMANOS

Ah! esses seres humanos!
Tão belos, tão cheios de virtudes,
Capazes de gestos nobres e significativos!
Ah! esses seres humanos!
Tão cheios de contradição,
De arrogância, prepotência e desamor!

Num momento, atos ricos de humanidade,
Em outro, atos pobres, mesquinhos e maquiavélicos.
Existe redenção para esses pobres e, às vezes, nobres seres?

A. Dionisio
Barreiras (BA), 22.5.2015

MÚSICA

Hoje à tarde, recolhido no silêncio
De minha pobre casa,
Mergulhado em meus muitos pensamentos
Escutava as músicas que tocavam no velho aparelho de som.
Deixei de lado outros pensamentos
E me detive na canção que tocava.
Ouvi atentamente a voz, a orquestra,
As melodias e cada instrumento em particular.

Passei a pensar na beleza da música.
Ela enaltece, enternece, dá gosto à vida.
Nos leva ao passado, nos recorda os bons e maus momentos.
Ela nos traz à memória tantos fatos que passaram
Pela nossa vida.
Ela nos enche de alegria e de emoção.
Mas também desperta uma pontada de dor, saudade e melancolia.

Fecho os olhos e me deixo guiar pelos instrumentos que continuam tocando.
É uma mistura agradável de notas, de sinfonias e de acordes.
Detenho-me na voz que acompanha
De forma tão harmoniosa os instrumentos.
Sinto na mente e no coração uma emoção indescritível.
Um misto de serenidade e aflição me invade.
Transporto-me à fantasia,
Detenho-me na realidade.

Tudo isso provoca a música em nós!
E, certamente , sem ela,
O mundo seria mais árido, vazio, duro e sem sabor.
Sem a música, a poesia da vida
Seria, certamente, menos emocionante.
Sem a música os nossos dias seriam
Mais angustiantes e difíceis de se levar...

Dionisius
Barreiras (BA), 2.2.2015

quinta-feira, 20 de julho de 2017

QUANDO CHEGA A NOITE

Quando chega a noite
A fragilidade nos toma conta!
Os fantasmas nos rodeiam,
Os medos nos devoram,
A alma e o corpo padecem.

Quando chega a noite
As nossas frágeis estruturas nos atormentam
Nossas energias se enfraquecem,
Nossa altivez se rebaixa
E nos deixa sem rumos...

Quando chega a noite
Mergulhamos nas trevas
De nosso obscuro mundo,
Perdemos a noção das coisas
E nos apavoramos quando nossas fantasias
Nos fazem ver aquém da realidade.

Quando chega a noite
Bate em nosso ser
Uma profunda melancolia
Misturada com sentimentos
Que nos paralisam!

Quando chega a noite
Desperta em nós a certeza
Da solidão que nos cerca e nos fere
Desestruturando mais e mais nossa pobre existência.

Quando chega a noite
Mergulhamos na inquietude,
No ardente desejo
Que desponte sobre nós
O sol de cada dia
Nos enchendo novamente
De luz, calor, alegria e esperança.

(Dionisius, Barreiras, 14.2.2015)